<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, janeiro 20, 2004

Sentimentos?!

Penso, muito, pouco?! Rio? Talvez. Choro, afogando a dor... mas como, se não tenho em quem pensar, por quem sorrir, por quem chorar? Não, minto; penso em mim, rio de mim, choro por mim... afinal a solidão existe, também ela mora aqui! Não quis acreditar e céptica me tornei. Hoje vagueio num mundo ilusório e transcendente, sem me iludir, sem me elevar... levanto o véu de um eu passado, e só a ti vejo, só a ti sinto. Oh, cruel memória, porque insistes em permanecer? Viveste num tempo em que o sol brilhava, os pássaros chilravam, a chuva caía subtil e cristalina em telhados de entes sonhadores; num tempo em que a lua entrara em delírio e as estrelas no imenso céu gentilmente sorriam... numa era em que a neve aquecera os corações mais frios e fugazes! Sim, desesperei a ponto de perder a esperança, mas logo descobri que sem ela padeceria. Procurei-me até me encontrar. Estou aqui, esta sou eu, sei o que quero e para onde vou. Acredito na dor, porque amei; acredito no amor, porque sofri... sentimentos?! Sim, ah sim! Não tão puros e ingénuos como foram um dia (a inédita síbila destruiu a súmula da purificação), mas verdadeiros... ela está lá; com ela me visto, com ela me alimento, com ela me expresso, com ela sofro... contudo, será para sempre verdade. É um silêncio gélido que me acalenta a alma, cega, queima, tira-me a calma! É a consequência da solidão. Mãe, irmã, madrasta, amiga? Não sei! Com ela dou sobras de mim à misteriosa vida. Com ela entendo o amor, esse sentimento simplesmente arrebatador que se neutraliza na dimensão da dor. Como eu te desejo encontrar, com a esperança de não mais te perder; como eu te desejo amar num inimaginável entardecer! É ela o reflexo das águas do mar salgado, a sombra da escuridão, apazigua minha mente amargurada, ajuda-me a enfrentar a cada passo uma nova e ardente madrugada!


by: Adriana Leite

This page is powered by Blogger. Isn't yours?