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sexta-feira, abril 29, 2005

Corro Para Ti Num Tempo Que Se Esqueceu de Mim

Já não tenho mais dois anos...
Sinto saudade desse tempo;
Do teu colo,
Do teu sorriso enternecido,
Do brilho do meu olhar,
Que só a ti via,
Da minha alma,
Que só a ti pertencia.
Foram os melhores momentos
Os quais guardo na memória,
Escondidos,
Para os poder reviver um dia.
És a estrela
Que ilumina os meus dias escuros
E as noites passadas em claro;
És a peça essencial
Do puzzle da minha vida
Que a morte desfez;
És o tudo que tento abraçar
Num mundo "nada" que me atormenta
E me faz recorrer ao sonho,
A TI!


Adriane Leite




Untitled by MacGregor Anderson

quarta-feira, abril 27, 2005

Explicação

Olá a todos!

Antes de mais, gostaria de pedir desculpa pela minha ausência e desmazelo para com o zen, mas, na realidade, e infelizmente, tal ausência e desmazelo não é inteiramente da minha responsabilidade.
No passado fim-de-semana detectei um erro estranho no blog: parte do template havia simples e misteriosamente desaparecido. Contactei então com a blogger que até à data não me deu qualquer explicação para o sucedido.
Tentarei, o mais rápido possível, resolver este triste inconveniente. Afinal, parte de mim e da minha vivência quotidiana está aqui neste espaço e não quero sequer pensar na possibilidade de o ver desaparecer...

Grata pela vossa compreensão.

Um abraço.

Teresa

segunda-feira, abril 25, 2005

Medicina Natural: Reiki (3)

Os Cinco Princípios Supremos do Reiki (continuação)


O terceiro princípio do Reiki é um princípio positivo - não um que nos ensina a não se zangar ou a não se preocupar mas um que se possa exprimir pela frase "Ser gracioso ". A essência do princípio é um sorriso, uma palavra amável, a gratidão, o agradecer, o perdão... coisas tão simples que podem parecer mera cortesia, mas que melhoram e fazem mais feliz a vida de um indivíduo.
Tenha-se em atenção que este princípio não é externo. Sorrir a todas as pessoas e dizer sempre "por favor" e "obrigada" sem o exprimir não é fazer nada por si próprio (ainda que tenha feito com que os outros se sentissem melhor).
O elemento importante neste princípio é a intenção interior, que é a única com que o indivíduo beneficia.
É fácil aplicar este princípio. Melhora a vida de uma pessoa e as vidas daqueles que vivem com esse indivíduo.


O quarto princípio do Reiki é um princípio geral, que é simplesmente: "Levar uma vida de honra ". Este princípio tem muitas interpretações, embora muitos professores prefiram falar dele de forma resumida e deixar a sua interpretação para o próprio indivíduo.
O termo honra significa algo diferente em todas as culturas, e cada professor e aluno de Reiki está consciente do que o princípio de honra significa na sua sociedade. Deve-se relembrar que a honra existe entre prisioneiros numa prisão, entre soldados no exército, entre membros da família, entre professores e alunos nas escolas, e por aí fora.


O quinto princípio é o de honrar a família, os professores e a sociedade ou, por outras palavras, "Honrar os pais, honrar os professores, honrar os mais velhos ".
Honrar a família protege a unidade familiar e cria um ambiente confortável e positivo para o indivíduo e melhora a vida diária. Honrar os professores dá ênfase à importância do conhecimento e da sabedoria que passa de uma geração para outra através dos professores sábios de cada geração. E não nos podemos esquecer de respeitar qualquer pessoa que nos ensinou algo, quer seja um indivíduo iluminado quer seja um simples professor. Honrar os mais velhos ajuda cada um de nós a lembrar que a vida é apenas um estádio de transição entre o nascimento e a morte, e aqueles que estão perto dos portões da morte já adquiriram muita experiência de vida e por essa razão devem ser respeitados.

Estes são, então, os cinco princípios do Reiki que cada professor e aluno deve dominar: Não se zangar, não se preocupar, ser gracioso, levar uma vida de honra e honrar os pais, os professores e dos mais velhos . Esta é toda a filosofia do Reiki.

(in "Guia Prático do Reiki" de Bill Waites e Mestre Naharo )



Keep walking. by Pavel Xomato


terça-feira, abril 19, 2005

O Sabor da Verdade

Habituei-me a este sabor nefasto de falsidade quando antes a verdade fazia as iguarias das minhas papilas gustativas. Eram tempos áureos, em que a magnitude da simplicidade conquistava a tua rebelde e complexa ideologia... vi-a morrer vezes sem conta numa tentativa desesperada de a ressuscitar. Fechaste os teus sentidos para as minhas palavras fortes e sentidas que mais não eram para ti do que "vocabulário pobre".
Não te apercebes de que a pobreza não está nas palavras de quem as profere, mas nos ouvidos de quem oligofreneticamente as ignora?
Quando a noite se veste de escuro num dia claro e luminoso, vejo-me, assim, rodeada de luz longe das trevas do teu ser... sinto como se nunca te tivesse conhecido conhecendo-te melhor do que ninguém; pressinto o perigo a afastar-se cobardemente e recordo-o outrora audaz mortificando a minha alma ingénua com falsas lições e aparentes vitórias que furtavas impiedosamente às imensas manifestações de frustração que brotavam de ti, de tudo aquilo que julgavas ser, mas que, na realidade, nunca foste e, provavelmente, nunca serás.

É tarde, muito tarde... faço recuar as minhas memórias uma última vez num sentimento de bem-querer. Espalho magia e gratidão num solo que espero ver-te pisar um dia.
É tarde, muito tarde... para mim, para ti, para um "nós" que nunca existiu!
Tarde, muito tarde...


Adriane Leite




Untitled by beej p

segunda-feira, abril 18, 2005

Para Reflectir

"A esperança vê o invisível, sente o intangível e alcança o impossível."

Autor desconhecido

(in "Sonhar! ter fé!" - Helen Exley Giftbook)

sábado, abril 16, 2005

Beautiful

Such pretty hair
May I kiss you
May I kiss you there
So beautiful you are
So beautiful
Please don't move
It feel so good to me
Hmm tell me my
Beautiful
Beautiful
So very beautiful
So beautiful
Beautiful
So beautiful

MeShell NdegeOcello



my shadow by wong li ji

quinta-feira, abril 14, 2005

A Experiência Regressiva de Estela

Deixo-vos ficar com algo impressionante: o testemunho de alguém que regrediu a uma vida passada, tendo-se tornado numa pessoa mais confiante, segura de si mesma e, certamente, mais feliz. Estela, obrigada por me dares a oportunidade de tornar público este teu fascinante testemunho, o qual me deslumbrou por completo quando o li, aumentando a minha vontade e desejo de passar por experiências similares e, seguramente, reforçando a minha crença. Um grande beijinho para ti!

A energia existe em tudo. Tudo é energia.
O nosso espírito, que foi criado à imagem do Ser Divino e Supremo que lhe deu a vida, é também energia e necessita de um veículo - o nosso corpo físico - para se movimentar nesta dimensão onde existimos. O nosso corpo físico, por sua vez, é criador de energia, desde os alimentos que ingerimos e que são processados e transformados em energia, até ao campo electromagnético que rodeia o nosso corpo físico e que espiritualmente designamos por Aura, tudo é energia e a energia existe em tudo!
A Aura é constituída por várias camadas de energia onde se encontram armazenadas todo o tipo de informações, desde as causas das nossas doenças até às memórias de vidas passadas, memórias estas que nos conseguem dar explicação para factos da nossa vida presente. A terapia da regressão é uma das várias ferramentas existentes para conseguirmos aceder a essas memórias escondidas.
As palavras que se seguem, pretendem contar a minha experiência pessoal de uma viagem, ou regressão, a uma vida passada. Confesso que esta regressão não foi planeada ou premeditada. Embora tenha sido efectuada por um terapeuta conceituado, aconteceu por acaso. Sei agora, que aconteceu porque eu precisava que ela acontecesse, porque eu precisava de saber...

Fui convidada, por uma grande amiga, para assistir a um seminário sobre hipnose e terapia regressiva a cargo do Dr. Joel Abreu. Aceitei o convite porque sou fascinada pelo mundo da espiritualidade e das terapias alternativas e porque o ser humano, para mim, sempre foi mais do que um mero corpo físico. Durante uma hora o orador falou sobre as diferenças entre a hipnose e a terapia regressiva, fazendo de seguida uma regressão colectiva. A sala estava cheia e seguindo as instruções dadas pelo Dr. Joel, eis a imagem que vi na minha mente:

Um campo infinito estendia-se luminoso à minha frente. O céu era claro, azul e sem nuvens. Uma mulher muito bonita, vestida de branco e com o cabelo longo castanho arruivado, corria livre e feliz por entre espigas de trigo. Estava calor e eu senti que aquela mulher era eu!
Em momento algum eu deixei de saber onde o meu corpo físico se encontrava, conseguindo sentir o calor da sala, ou uma mosca pousada na minha mão. Em momento algum eu inventei esta imagem, ou a tirei de um livro lido ou de um filme. Nunca antes tinha visto esta mulher ou estado naquele campo infinito côr do sol.

Seguindo, novamente, as instruções dadas, abandonei esta imagem e abri os olhos, regressando ao momento presente. Após uma partilha de experiências, o Dr. Joel Abreu perguntou-me se gostaria de saber mais sobre esta mulher desconhecida que senti ser eu. Surpresa disse que sim, e subi para um estrado onde estava colocada uma cadeira mais confortável, na qual me estendi, e onde regressei de novo à vida daquela mulher que era eu. Eis aquilo que vivi durante 1 hora:

Eu fui uma mulher muito bonita, vestida com um vestido branco e leve, calçada com umas sandálias de couro que apertavam com uns atilhos também de couro. Nos pulsos tinhas umas pulseiras de metal, largas, que serviam de adorno. Vivia numa casa caiada de branco, com um pátio largo e cheio de potes de cerâmica coloridos. Os potes foram feitos por mim, cozidos num forno e pintados à mão. Senti-me imensamente feliz ao falar sobres os potes e ao ver como estavam bonitos. Nos potes guardava ervas e temperos.
Tinha um filho, que eu via como sendo escuro. Não escuro de pele, mas escuro porque tinha uma sombra no corpo. Ao ver-me com a criança nos braços, lembro-me de sentir desespero por não ter o que lhe dar de comer. Chorei muito, durante alguns minutos, porque não sabia como resolver o meu problema. Estive muito tempo, em pé, com o meu filho nos braços, no pátio da casa que era minha a olhar o horizonte e à espera de algo, ou de alguém, que não sabia quem era.
Pediram-me, então, para regressar ao campo de trigo que tinha visto inicialmente e senti-me de novo alegre e livre, correndo feliz por entre as espigas. De repente, um homem surgiu no meu campo de visão. Este homem era forte, de corpo, parecia ser soldado porque estava vestido com um género de uniforme onde estavam aplicadas partes metálicas. O homem tinha uma barba de dias, dura e áspera e o aspecto era desagradável. Este homem agarrou-me e deitou-se em cima de mim. Eu chorei muito intensamente e senti nitidamente a barba áspera na minha pele, além de repugnância. Fui violada por este homem e o meu filho era dele. A sombra que eu via estava explicada, este filho não foi fruto de uma relação de amor.
Ao abandonar esta imagem de dor, voltei à minha casa e encontrei-me de novo em pé, com o meu filho escuro nos braços, esperando por algo ou alguém que me ajudasse. Lembro-me de sentir que esperei durante muito tempo mas não soube dizer a forma como ultrapassei o problema da falta de comida.
Avancei neste vida e vi esta mulher muito velha, rodeada por crianças, filhas da criança escura. Senti que consegui criar, sozinha, o meu filho e que o ajudei a ser um homem maravilhoso, forte mas gentil. Respeitado. Ri muito enquanto descrevia os meus netos e o homem que era o meu filho. Sentia orgulho, acima de tudo, e um amor profundo e incondicional.
Finalmente, vi o dia em que esta mulher, que era eu, morreu. O quarto tinha uma cama baixa, feita de palha, e uma janela larga, por onde o sol entrava a jorros. Morri deitada e feliz na minha cama. E quando morri fui invadida por uma luz quente e acolhedora. Senti-me feliz num estado quase sobrenatural.

Quando regressei ao momento presente, senti-me confusa e com uma sensação muito estranha. O meu rosto estava transfigurado. Tinha ido da extrema felicidade ao extremo sofrimento numa questão de minutos. Esta sensação demorou algumas semanas a desaparecer.

Mais tarde, percebi que a minha tendência para relações com pessoas erradas, que me faziam infeliz e que abusavam do meu amor e da minha entrega, estava explicada. Esta tendência tem que ser combatida! E percebi que basto eu para conseguir que os meus projectos cheguem a bom porto. Eu sou a minha alegria. Eu sou a minha força!

Esta viagem ajudou-me para além do esperado. Todos os dias me lembro de que fui capaz de sobreviver sozinha, e embora hoje em dia não tenha um filho, sei que quando o tiver vou ser uma mãe feliz e capaz.
Muita gente me perguntou, após esta experiência, se me sentia mais feliz. Não me sinto mais feliz, mas sinto-me mais confiante e segura de mim mesma. E todos nós sabemos que este é o primeiro passo para que tudo o que desejamos possa acontecer da maneira mais feliz.

Às vezes, quando fecho os olhos, vejo uma mulher linda, correndo feliz por uma campo de trigo, num dia de verão quente e luminoso...

Estela Ribeiro



Autumn by the watcher

terça-feira, abril 12, 2005

Medicina Natural: Reiki (2)

Os Cinco Princípios Supremos do Reiki

O estudo do Reiki também inclui princípios, conhecidos como os "Cinco Princípios". Contudo, desde que cada Grande Mestre de Reiki, ou professor, dividiu os seus próprios princípios, existe uma grande diferença entre estudar com um Mestre ou estudar com outro. Alguns professores propõem quatro princípios fundamentais enquanto outros propõem sete.
Estabelecer o número de princípios em cinco vai de encontro com o modo de pensar chinês. Eles acreditam que o número cinco é o mais básico de todos os números, como prova os cinco elementos (em oposição aos quatro elementos da cultura ocidental). Por essa razão, estabelecer o número de princípios em cinco é compatível com a cultura chinesa, uma vez que influenciou todo o Oriente.


O primeiro princípio do Reiki é o princípio do zangar-se ou, mais precisamente, do não se zangar . Zangar-se, quer consigo próprio quer com os outros ou com o mundo inteiro, dá origem a graves bloqueios na energia de um indivíduo. Esta situação pode ser comparada com um agricultor cujos campos são irrigados por canais de água. Ao zangar-se é como os grandes eixos que bloqueiam o fluxo de água nos canais. Alguns campos são rapidamente inundados e as colheitas apodrecem. Outros permanecem secos e as colheitas morrem de sede.
Zangar-se é o inimigo individual e interior mais complexo. Longe de ser transitório, torna-se parte integrante da personalidade de um indivíduo. No início, pode estar zangado com alguém por uma razão ou por outra (e normalmente sem razão). Mais tarde lembra-se de que estava zangado com essa pessoa e esse sentimento é disparado, quer pelo pensamento que o justificou quer pelos sentimentos de culpa de estar zangado por nada. E, assim, vai acumulando camada em cima de camada e o núcleo do estar zangado dá origem a uma grande montanha que bloqueia o fluxo de energia e é necessário um grande esforço para ser removida.
O Reiki, como ferramenta que dirige a energia cósmica para o local onde é necessária, é óptimo aparelho para remover estes bloqueios que se acumulam no corpo. Contudo, o estudante não deve ser induzido em erro. Todos os tratamentos de Reiki no mundo não irão superar o facto de estar zangado se o indíviduo não parar de estar zangado. O Reiki pode remover os bloqueios que se acumularam ao longo dos anos (e por vezes até aqueles que são resultado de vidas passadas). Mas o Reiki não pode remover o resíduo recorrente que aparece diariamente.


O segundo princípio do Reiki é o princípio da preocupação ou, mais precisamente, o princípio de não se preocupar . Se o estar zangado com uma pessoa envolve processos que o indivíduo relaciona ao passado ou ao presente (normalmente não nos zangamos com algo que ainda vai acontecer), o princípio da preocupação tem a ver com acontecimentos futuros.
Em oposição ao zangar-se, que exige tratamento Reiki com muita concentração para poder remover o obstáculo, a preocupação exige que a energia Reiki se espalhe por todo o corpo. Em vez de remover o bloco, ela sela e repara milhares de pequenos "buracos". E em oposição ao que um iniciado pode pensar é muito mais difícil tratar problemas relacionados com a preocupação do que aqueles que têm origem no zangar-se.
Há que lembrar que a preocupação não é sempre um fenómeno negativo.
Não se preocupe! Este é o segundo princípio do Reiki. Fácil de dizer mas difícil de aplicar.

[Continua...]

(in "Guia Prático do Reiki" de Bill Waites e Mestre Naharo )



Above the clouds by Daniel Bayer


segunda-feira, abril 11, 2005

Talvez Sinta

Sinto que talvez
Já não possa sentir mais
O sentimento imponente
Intimamente ligado
Ao sentir do meu ser.
Sinto que talvez
Já não possa proferir
Aquelas palavras
Que agora te profiro
No ontem do amanhã.
Sinto que talvez
Já não possa ouvir
O que ouço incansável
Numa surdez sem fim.
Sinto que talvez
Já não te possa acompanhar
Nessa nossa estrada
Onde a teu lado caminho
Hoje e sempre...


Adriane Leite




My Guardian Lights by Sue Anna Joe

sexta-feira, abril 08, 2005

João Paulo II - Um Último Adeus



"A paz e a violência germinam no coração do homem, sobre o qual somente Deus tem poder."

João Paulo II, Karol Wojtyla de seu verdadeiro nome, nasceu a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, perto de Cracóvia, no sul da Polónia. Depois de manifestar algum interesse pelo teatro e literatura acabou por enveredar pelo sacerdócio, a conselho do cardeal Spiheda.
Durante a invasão nazi da Polónia, Wojtyla e um grupo de jovens polacos criaram uma universidade clandestina, como forma de resistirem ao encerramento das universidades polacas, decretado pelos alemães. O futuro Papa ainda chegou a trabalhar como mineiro. Ordenado sacerdote em 1946, Wojtyla licenciou-se em Teologia na Universidade Pontifícia de Roma Angélica e, mais tarde, em Filosofia, desempenhando depois as funções de docente na Universidade Católica de Lublin e na Universidade Estatal de Cracóvia, onde conheceu importantes representantes do movimento católico polaco. Em 1958, foi consagrado Bispo Auxiliar do Administrador Apostólico de Cracóvia, monsenhor Baziak, tornando-se o mais novo membro do Episcopado polaco. Participou nos trabalhos do Concílio Vaticano II e, com a morte de Baziak, em 1964, passou a desempenhar as funções de Bispo, cargo que ocupou durante dois anos, altura em que o Papa Paulo VI elevou Cracóvia a Arquidiocese. Três anos mais tarde, em 1967, o arcebispo Wojtyla era ordenado cardeal.
Eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, Karol Wojtyla dava início, seis dias depois, ao terceiro mais longo pontificado da Igreja Católica. Os 27 anos do mesmo ficaram marcados pelas viagens, pelo ecumenismo, pela abertura a um mundo em mudança e pela proximidade dos jovens.
A Europa vivia na altura sob as vicissitudes da Guerra Fria e a Polónia pertencia ao então Bloco de Leste. Percebendo a surpresa que a sua nomeação causou, Karol Wojtyla surge à varanda do Vaticano com um sorriso e palavras de optimismo. Ao todo realizou 104 viagens.
Poliglota e carismático, os seus discursos galvanizavam multidões pelos locais onde passava. Foi incansável no apelo à paz e no combate à pobreza. Ao todo, João Paulo II redigiu 14 encíclicas e mais de 10 mil discursos, abordando temas tão vastos como o ambiente, e economia e a segurança. Ainda que tenha revolucionado a forma de evangelização, João Paulo II foi considerado demasiado conservador nas questões da família, da moral e da organização interna da Igreja. Os 27 anos de pontificado de João Paulo II ficam igualmente marcados pelo número recorde de canonizações, 482 santos e beatificações, 1338, ou seja, mais do dobro do que todos os seus antecessores juntos.
Os primeiros anos de pontificado ficaram marcados pelo primeiro golpe, sofrido a 13 de Maio de 1981, quando o jovem turco Mehmet Ali Agca disparou sobre o Sumo Pontífice à queima roupa, em plena praça de São Pedro. A coincidência do 13 de Maio levou João Paulo II a afirmar que a sua vida foi poupada por intervenção de Nossa Senhora de Fátima, realizando no ano seguinte a primeira das três viagens ao Santuário de Fátima.
A debilidade física começou a ser notada em Abril de 1994, com a fractura do fémur, diagnosticando-se pouco depois a doença de Parkinson. Nos anos seguintes, o mundo foi assistindo à degradação física de Rarol Wojtyla, o que levaria ao surgimento dos rumores sobre a resignação. Contudo, garantiu sempre que não pretendia abdicar, transformando-se no exemplo do contributo que os doentes e idosos pode dar à sociedade. João Paulo II terá afirmado: "Assim, tal como Pedro, também eu não me envergonho das minhas fragilidades e estou disponível para cumprir até o Senhor me chamar".
É de realçar o facto de, a 12 de Março de 2000, ter pedido perdão pelos erros e crimes cometidos pela Igreja no passado, especialmente contra os judeus, pedido repetido junto ao Muro das Lamentações, em Jerusalém, o lugar mais sagrado do judaísmo.

Karol Wojtyla foi hoje a enterrar, numa cerimónia fúnebre que será para sempre recordada na memória de todos nós, assim como o seu exemplar percurso de vida, no qual demonstrou ser a Paz e o Amor os maiores e mais preciosos bens de toda a humanidade. Onde quer que ele esteja, espero e desejo que vele por todos nós.




Candle light by Teresa Sousa

quarta-feira, abril 06, 2005

Mer Girl

I ran from my house that cannot contain me
From the man that I cannot keep
From my mother who haunts me, even though she's gone
From my daughter that never sleeps
I ran from the noise and the silence
From the traffic on the streets

I ran to the treetops, I ran to the sky
Out to the lake, into the rain that matted my hair
And soaked my shoes and skin
Hid my tears, hid my fears

I ran to the forest, I ran to the trees
I ran and I ran, I was looking for me

I ran past the churches and the crooked old mailbox
Past the apple orchards and the lady that never talks
Up into the hills, I ran to the cemetery
And held my breath, and thought about your death

I ran to the lake, up into the hills
I ran and I ran, I'm looking there still
And I saw the crumbling tombstones
All forgotten names

I tasted the rain, I tasted my tears
I cursed the angels, I tasted my fears

And the ground gave way beneath my feet
And the earth took me in her arms
Leaves covered my face
Ants marched across my back
Black sky opened up, blinding me

I ran to the forest, I ran to the trees
I ran and I ran, I was looking for me
I ran to the lakes and up to the hill
I ran and I ran, I'm looking there still

And I smelled her burning flesh
Her rotting bones
Her decay

I ran and I ran
I'm still running away

Madonna



Flying Bertha by floris andrea

sábado, abril 02, 2005

Saudade

O céu chora a saudade que sinto...
Os pingos de chuva,
Leves e quase imperceptíveis,
Reflectem o peso na alma
Que carrego desde o dia em que partistes.
A brisa, fria e húmida,
Traz à memória um passado
Eternamente presente...
A tua ausência física
É o meu maior tormento...

Sabes, vivo constantemente
Com a sensação de te ver regressar.
À noite, antes de dormir,
Imagino que me aconchegas os cobertores
E que me dás o beijinho de "até amanhã"
Como costumavas fazer, lembras-te?
Ouço, vezes sem conta, a nossa música
Apenas no pensamento
E respondo, incansável,
À tua pergunta,
Aquela que só a mim fazias...
("De quem é o Papá?" - perguntavas,
E eu orgulhosamente respondia
"É do coração da Xaninha").
A vida é demasiado curta,
E hoje apercebo-me disso
Porque todos os momentos que tivemos juntos
Souberam-me a pouco, a muito pouco...


Adriane Leite




My Daddy by Teresa Sousa

sexta-feira, abril 01, 2005

Terapias Regressivas. O trauma escondido, a vida passada, deitados no divã. (3)

Como muitos dos pacientes que se submetem à terapia regressiva, Paulo tinha uma fobia. Um medo que lhe tolhia os movimentos, que perseguia o seu dia-a-dia, que não o deixava descansado. Paulo tinha medo de comer. Tudo começara de repente, como se o corpo pedisse atenção. Um indisposição aqui, outra ali, depois um mal-estar constante. Pouco a pouco e vendo a situação piorar, Paulo começou a ter medo de comer, com medo de ficar mal disposto. Depois de vários exames e sem que os médicos encontrassem qualquer desordem significativa, concluiu-se que o problema seria de "ordem nervosa".
Paulo passou então à segunda hipótese: um psiquiatra. Durante algum tempo, foram-lhe receitados antidepressivos e ansiolíticos. Sem efeito. Paulo continuava mal disposto e limitara a dieta a muito poucos géneros alimentícios. Quando tudo parecia perdido e o paciente condenado à subnutrição para o resto da vida, foi-lhe apresentada uma psiquiatra credenciada em terapias regressivas. Era a última solução, a derradeira esperança. Experimentar-se-ia, uma vez que tudo o resto tinha falhado.
Durante cerca de ano e meio, Paulo submeteu-se a várias sessões de terapia, umas de regressão, outras somente de apoio. Até ao dia em que psiquiatra e paciente decidiram trabalhar a área da insegurança alimentar. E foi aí que a vida de Paulo mudou. "Geralmente pensamos que nos conhecemos bem, mas só depois de fazermos terapia é que percebemos que somos uns eternos desconhecidos de nós mesmos. O mais curioso é que achamos que o problema reside numa certa área emocional e só depois percebemos estar 180 graus do outro lado. É como se tivéssemos um mecanismo de defesa que nos impede de ver o problema verdadeiro".
Ao contrário do que estava à espera, Paulo viu-se como um arruaceiro da Idade Média. Corpulento e bruto, andava a cavalo seguido dos seus seis sequazes, também eles fortes. Na regressão, viu-se chegar a uma taberna, "daquelas antigas com uma estrutura ovalada e baixa. "Entrámos para uma sala larga e comprida, com mesas de madeira maciça e bancos corridos em seu redor". Deitado no divã, o paciente ouviu a algazarra que o arruaceiro e os seus homens faziam, sentiu o metal frio da caneca por onde bebiam o vinho e observou a mulher franzina que, a medo, os observava atrás do balcão. "Como chefe do grupo de arruaceiros que era, eu tinha o privilégio de violar a taberneira num compartimento contínuo àquele, cada vez que lá ia. Ela devia ter entre 25 e 30 anos e olhava para mim aterrorizada, mas eu nem lhe ligava".
Nesse dia, a mulher vingou-se e envenenou-o colocando algo no vinho. O arruaceiro sentiu-se muita mal, vomitou, caiu. "Ainda me lembro de olhar para ela como se lhe adivinhasse o acto criminoso. Naquele dia jurei a mim mesmo nunca mais confiar em nadado que pusesse na boca". Nesta vida, Paulo lembrou-se dos avisos constantes da mãe. "A comida cá de casa é que é boa", "não comas porcarias lá fora" e "tem cuidado para não ficares mal disposto", conselhos que nunca mais lhe saíram da memória. Tudo isso acabou por acentuar o medo de ficar doente, de morrer envenenado e, no fundo, de confiar no que quer que fosse que comesse ou bebesse. No final da regressão, o paciente comprometeu-se a comer um ovo estrelado quando chegasse a casa, prato que antes o "aterrorizava". Mas desta vez nada aconteceu. Paulo comeu e gostou, e hoje já ultrapassou cerca de 90 por cento das situações de fobia que o limitavam. Perceber o que lhe acontecera e como foi o maior e primeiro passo. O segundo foi ter coragem para abandonar o medo e os comportamentos que o apoquentavam. "Hoje estou no céu", admite, mesmo sabendo que a existência de vidas passadas não está provada. "Porque, para mim, a vivência do que experimentei foi muito real e tenho agora uma certeza interior muito grande. Certeza de que já vivi outras vidas noutras épocas. Sei que a vida continua mais além".

(in Revista Pública Nº 362 / de Maio 2003)



666 by Marino Thorlacius


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