quarta-feira, fevereiro 25, 2004
Crónicas do Nada - O Teu Sorriso Perturba-me
O teu sorriso perturba-me. Este fim-de-semana foi a prova disso, Estranhamente cedeste finalmente em passá-lo comigo. Saímos no Domingo de tarde, algures entre a chuva fria e repentina e as abertas claras mas não quentes que irrompiam ocasionalmente. Aquele "sim" ao telefone soava-me irreal, quase como um sonho bom. E num campo onírico passei o resto do tempo antes de estar contigo. Enchendo a cabeça de esperanças tolas e sonhos infantis.
O Parque da Cidade estava verde, viçoso, fresco e bucólico como sempre, com os seus caminhos pelas árvores, os lagos, os cisnes... como uma visão do paraíso à escala pequena, onde nada mesmo faltava para eu ser feliz, nem mesmo tu.
Foi, num misto de estranheza e coragem, que algures no percurso aleatório a pé que te segurei na mão, olhei bem nesses olhos grandes e tentei falar... o teu sorriso apareceu.
Queria dizer-te que te amo, que os dias não passam quando os passo sem ti, que as noites não são noites mas apenas dias mais escuros onde tenho demasiado tempo para sentir saudade, abraçado a uma almofada inanimada que desejava seres tu. Queria dizer-te que nada faz sentido sem te ter por perto. Que o tempo que passamos juntos nunca chega para saciar a sede que tenho, a fome que sinto, o vazio que me preenche.
Queria dizer-te que te quero. Mas o teu sorriso apareceu e saiu apenas o que apenas consegui dizer... "- Dalila... sabes... gosto de ti...".
"- Eu também..." retorquiste ainda sorrindo.
E o passeio continuou, insípido e inconsequente como o resto das nossas vidas. Como um assalto a um banco que nunca chegou a acontecer, pois o ladrão incompetente entrou no banco sem nunca ter verdadeira coragem para tirar o revolver do bolso, arriscar ficar com o dinheiro, assumir quem era e o que estava ali a fazer. E em vez disso virou costas e voltou para a pobreza desesperante de onde tinha vindo.
O teu sorriso perturba-me... já te tinha dito? Faz-me sentir especial quando sei que não o sou e ao mesmo tempo faz com que nunca to chegue a dizer. O teu sorriso perturba-me... sabias?
João Natal - 23/02/04
(O meu muito obrigada a este autor que já dispensa apresentações)
Desire by Marti Valentinyi
O teu sorriso perturba-me. Este fim-de-semana foi a prova disso, Estranhamente cedeste finalmente em passá-lo comigo. Saímos no Domingo de tarde, algures entre a chuva fria e repentina e as abertas claras mas não quentes que irrompiam ocasionalmente. Aquele "sim" ao telefone soava-me irreal, quase como um sonho bom. E num campo onírico passei o resto do tempo antes de estar contigo. Enchendo a cabeça de esperanças tolas e sonhos infantis.
O Parque da Cidade estava verde, viçoso, fresco e bucólico como sempre, com os seus caminhos pelas árvores, os lagos, os cisnes... como uma visão do paraíso à escala pequena, onde nada mesmo faltava para eu ser feliz, nem mesmo tu.
Foi, num misto de estranheza e coragem, que algures no percurso aleatório a pé que te segurei na mão, olhei bem nesses olhos grandes e tentei falar... o teu sorriso apareceu.
Queria dizer-te que te amo, que os dias não passam quando os passo sem ti, que as noites não são noites mas apenas dias mais escuros onde tenho demasiado tempo para sentir saudade, abraçado a uma almofada inanimada que desejava seres tu. Queria dizer-te que nada faz sentido sem te ter por perto. Que o tempo que passamos juntos nunca chega para saciar a sede que tenho, a fome que sinto, o vazio que me preenche.
Queria dizer-te que te quero. Mas o teu sorriso apareceu e saiu apenas o que apenas consegui dizer... "- Dalila... sabes... gosto de ti...".
"- Eu também..." retorquiste ainda sorrindo.
E o passeio continuou, insípido e inconsequente como o resto das nossas vidas. Como um assalto a um banco que nunca chegou a acontecer, pois o ladrão incompetente entrou no banco sem nunca ter verdadeira coragem para tirar o revolver do bolso, arriscar ficar com o dinheiro, assumir quem era e o que estava ali a fazer. E em vez disso virou costas e voltou para a pobreza desesperante de onde tinha vindo.
O teu sorriso perturba-me... já te tinha dito? Faz-me sentir especial quando sei que não o sou e ao mesmo tempo faz com que nunca to chegue a dizer. O teu sorriso perturba-me... sabias?
João Natal - 23/02/04
(O meu muito obrigada a este autor que já dispensa apresentações)
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