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quarta-feira, abril 21, 2004

Dia de chuva

Parece que a natureza se tornou cúmplice da minha dor particularmente no dia de hoje. O céu chora as lágrimas que são vertidas pelo meu coração ao recordar-te; dói saber que já cá não estás. O sol espreita por entre as nuvens negras e carregadas fazendo-me crer que algures estarás tu, mas escondido para que eu não te possa ver. Existirá tormento maior do que este?

À noite, na negrura dos meus sonhos, tu surges, dando-lhe luz e vida, vida esta que não encontro dentro de mim mesma; nestas viagens nocturnas tudo é dotado de um realismo impressionante... quererás tu dizer-me algo, ou apenas matar uma saudade que renasce todos os dias em mim?

A chuva parou entretanto, o sol mais uma vez dá, timidamente e a medo, sinal da sua frágil presença. Eu sei que o teu espírito vive mais do que o meu corpo moribundo!


by: Adriana Leite




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