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terça-feira, março 29, 2005

Insónia - III

Este silêncio que irrompe da noite
Mancha com um negro frémito
A clarividência do meu ser.
Nele procuro um eco
Para reproduzir vozes
Que não consigo recordar;
As tuas melodiosas e paternais palavras
Perdem-se, para sempre,
Nas memórias recalcadas
De uma mente cansada e torpe.
Os traços do teu rosto se desvanecem
Na imensa escuridão
Que traz ao meu olhar
A tristeza de não mais te ver.
Tudo o que me resta são os teus retratos,
Fonte inesgotável de luz,
Que ilumina o resto dos meus dias
Obscuros e sem perspectiva.


Adriane Leite




So small by Nuno Peixoto Branco

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