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terça-feira, março 15, 2005

Sem Título

Ontem saí à rua. Procurei por mim na esperança de encontrar uma pessoa feliz, mas tudo o que encontrei foi um ser amargurado, de alma gelada e coração desfeito. Desejei tanto o calor humano, um sorriso, um olhar meigo e palavras doces. Sempre tive o terrível mau gosto de desejar o impossível; agora sinto não ser possível viver (ou sobreviver) numa sociedade sem o uso de uma carapaça dura e aparentemente insensível; um disfarce ideal onde ocultar a dor, as lágrimas, a sensibilidade, a crença em sentimentos opostos à hipocrisia, à falsidade e à indiferença.
Ontem saí à rua e dei de caras com um "eu" material que em nada condiz com um "eu" espiritual. Fiz um grande esforço e consegui suportar a dor, prendi-a em minha garganta... foi mais um "sapo" que não pude sequer engolir por ser demasiado suspeito. Retive as lágrimas que teimavam em brotar de meus olhos, calei uma tristeza jamais perceptível por quem nunca a sentiu verdadeiramente, respirei bem fundo e disse para mim mesma: "Tu consegues!". Abstraí-me daquele lugar, daquelas pessoas e mais uma vez dei largas ao sonho e à imaginação, onde sei que sou verdadeiramente feliz e onde ninguém destroi a esperança que construo dia a pós dia com todo o fervor.
Ontem saí à rua, hoje vou sair à rua, amanhã sairei à rua... e depois? Ninguém dará por nada!


Adriane Leite




Living statue by Fernando Pegueroles

Comments:
mas dás tu...e isso é k importa...hoje sais à rua nada acontece, amanhã sais à rua e é a mm coisa...mas depois de amanhã..kem sabe :) ***
 
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