terça-feira, maio 31, 2005
Extractos de Um Novo Diário (Recomeço)
Dizias que olhar a vida através de uma flor a tornava mais alegre e promissora. Era o teu desespero perante a minha dor que te levava a fingir acreditar, quando, na realidade, isso não acontecia. Simulavas uma felicidade que o teu intimo reivindicava como verdadeira e autêntica; nos destroços do teu coração encontravas a força para lutar, para vencer, para a esquecer.
Sabes, sinto saudade de agarrar a tua mão na força das lágrimas que mais não são do que a manifestação da tristeza que, tantas e tantas vezes, parece não ter fim. Quando o meu mundo desaba, olho em meu redor e não te encontro. Onde estás tu nesses momentos? Sempre desejei ser forte e construir muralhas para que ninguém percebesse o meu lado humano e frágil... sempre o fiz e, a avaliar pelo presente, fui bem sucedida, porque sou um ser solitário, que se isola constantemente de tudo e de todos como um bicho amedrontado. A solidão já não é novidade para mim, mas a sua consequência é devastadora... É terrível esta sensação de ser sozinha quando a única pessoa que tenho realmente é a mim mesma. Só me tenho a mim...
A cada dia que passa tento recomeçar do nada, imagino-me pela primeira vez no útero materno, escuto o primeiro grito de vida por mim sussurrado e é nesse exacto momento que mergulho novamente em mim mesma: nos mesmos erros!
Adriane Leite
2162 by Paul Stamatiadis
Dizias que olhar a vida através de uma flor a tornava mais alegre e promissora. Era o teu desespero perante a minha dor que te levava a fingir acreditar, quando, na realidade, isso não acontecia. Simulavas uma felicidade que o teu intimo reivindicava como verdadeira e autêntica; nos destroços do teu coração encontravas a força para lutar, para vencer, para a esquecer.
Sabes, sinto saudade de agarrar a tua mão na força das lágrimas que mais não são do que a manifestação da tristeza que, tantas e tantas vezes, parece não ter fim. Quando o meu mundo desaba, olho em meu redor e não te encontro. Onde estás tu nesses momentos? Sempre desejei ser forte e construir muralhas para que ninguém percebesse o meu lado humano e frágil... sempre o fiz e, a avaliar pelo presente, fui bem sucedida, porque sou um ser solitário, que se isola constantemente de tudo e de todos como um bicho amedrontado. A solidão já não é novidade para mim, mas a sua consequência é devastadora... É terrível esta sensação de ser sozinha quando a única pessoa que tenho realmente é a mim mesma. Só me tenho a mim...
A cada dia que passa tento recomeçar do nada, imagino-me pela primeira vez no útero materno, escuto o primeiro grito de vida por mim sussurrado e é nesse exacto momento que mergulho novamente em mim mesma: nos mesmos erros!
Adriane Leite
2162 by Paul Stamatiadis
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