quinta-feira, junho 23, 2005
Sentimentos e Pensamentos Mistos
O baloiço envergado na ramada do quintal ganhou ferrugem, corroeram-se as cordas. A bolinha colorida que costumava enfeitar a Árvore de Natal reflecte um rosto amargurado, inanimado; de tão velha e usada quebrou-se, originando gretas nas mãos por onde o meu sangue rubro sai com toda a força. Os chocolates em forma de Pai Natal derreteram-se num tempo febril em que as elevadas temperaturas chocaram com o gelo que me advém da alma. O sorriso que a tua máquina fotográfica costumava captar ficou preso a esse passado de pura ilusão, magia, pureza, despreocupação. Os amigos que não tive acenam com uma inocência pueril peculiar. Levam-me a acreditar, depois de tantos anos passados, que são verdadeiros e não fruto de uma ilusão desgastante. Os caracóis do teu cabelo, ai esses caracóis que me animavam e que tu juravas nunca cortar!
Recordo um campo repleto de malmequeres por onde corria com vontade de abraçar o mundo, com vontade de te abraçar para sempre. Com eles fiz um colar e uma coroa e na tua rainha me tornei.
Sabes, os falsos amigos atormentam-me. Não sei se me fundi na sua falsidade ou se foi na minha falsidade que eles se desgraçaram. Amizades, poucas, que fiz e que me deram o sabor da eternidade recordo-as com carinho e com tristeza... e com saudade. Serei eu um dia digna do seu perdão?
E eu fico assim, bem, numa dor incompreensível a que já me habituei... Fico presa num nó que, a cada dia que passa, aperto um pouco mais para que a dureza aparente e a indiferença em forma de máscara não deixem de serem vistos, sentidos e acreditados como autênticos e reais...
Eu fico bem nesta inquietude que me aquieta, nestas lágrimas negras que dão um tom claro à minha alma....
Eu fico bem, muito bem...
O baloiço envergado na ramada do quintal ganhou ferrugem, corroeram-se as cordas. A bolinha colorida que costumava enfeitar a Árvore de Natal reflecte um rosto amargurado, inanimado; de tão velha e usada quebrou-se, originando gretas nas mãos por onde o meu sangue rubro sai com toda a força. Os chocolates em forma de Pai Natal derreteram-se num tempo febril em que as elevadas temperaturas chocaram com o gelo que me advém da alma. O sorriso que a tua máquina fotográfica costumava captar ficou preso a esse passado de pura ilusão, magia, pureza, despreocupação. Os amigos que não tive acenam com uma inocência pueril peculiar. Levam-me a acreditar, depois de tantos anos passados, que são verdadeiros e não fruto de uma ilusão desgastante. Os caracóis do teu cabelo, ai esses caracóis que me animavam e que tu juravas nunca cortar!
Recordo um campo repleto de malmequeres por onde corria com vontade de abraçar o mundo, com vontade de te abraçar para sempre. Com eles fiz um colar e uma coroa e na tua rainha me tornei.
Sabes, os falsos amigos atormentam-me. Não sei se me fundi na sua falsidade ou se foi na minha falsidade que eles se desgraçaram. Amizades, poucas, que fiz e que me deram o sabor da eternidade recordo-as com carinho e com tristeza... e com saudade. Serei eu um dia digna do seu perdão?
E eu fico assim, bem, numa dor incompreensível a que já me habituei... Fico presa num nó que, a cada dia que passa, aperto um pouco mais para que a dureza aparente e a indiferença em forma de máscara não deixem de serem vistos, sentidos e acreditados como autênticos e reais...
Eu fico bem nesta inquietude que me aquieta, nestas lágrimas negras que dão um tom claro à minha alma....
Eu fico bem, muito bem...
Adriane Leite
Her Misery by Sue Anna Joe
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